terça-feira, 23 de outubro de 2007

QUANDO AS PORTAS SE ABREM AS PESSOAS SE FECHAM ( A triste sina das ruas )


Pela rua sem fim,
Não encontro a morada
Que na verdade nunca tive,
Meus pés no chão sentem
Minha vida passar,
Talvez até por mim mesmo.

Sem nada, vivo solto
Tão solto que esqueço que sou livre
Livre para falar de mim mesmo
Livre para compartilhar o que nunca tive.

Quando falo com um alguém se quer
Me sinto vivo de novo,
Me sinto humano.
Cria de um tal destino.

Exposto ao relento
Nem se quer um acalento
A vida vazia
Enche-se de desenganos.

Quando as portas se abrem
As pessoas se fecham
Dentro de seu casulo
Não compartilham a sina.

Andando sem Del
A vida amarga como o fel
Destino que se passa entre os dedos
Das mãos fechadas em segredos.

Nada tem,
Tem nada a perder
Perde-se nada
Quando nada se tem.

Perde-se o sorriso
Perde-se o entusiasmo
Perde-se o desejo
Perde-se a mente
Perde-se a vida.

Que nunca teve.

#+# Romir Fontoura#+#

Um comentário:

Jailda Galvão Aires disse...

Poucos poetas sofrem e falam a pobre condição humana.
Você sentiu a dor e a alma dos que vivem abandonados. Bonitos versos.