terça-feira, 23 de outubro de 2007

PARTIDAS E RECONSTRUÇÕES


Romir Fontoura (Azul) e Luciana Castro (Vermelho)

Na hora da partida as mãos se estendem como lonas de um circo,
o coração se acelera na velocidade da luz,
os pulsos vibram que faz balançar os braços
Como árvores ao vento,
mas pra que ficar, se posso estar distante daqui,
se todas as formas se distanciam da minha,
como almas entrelaçadas ...
A partida é um jogo duro,
hora descanso, hora fingimento...
Partidas são assim, lágrimas expostas como fontes,
cabelos emaranhados ao vento.
Todos os casos, todos alentos...
Se encontram as maiores dores
Nessa hora em que as noções são consumidas
Por uma dose de conhaque
E um suspiro onde engole-se o choro,
Oculta os soluços,
E sorri,- sem achar graça alguma...
São as mesmas indiferenças,
Quase que esmagando almas,
E comendo o que sobra de nós...
Mas o que sobra nunca esta tão perto como nossas sombras,
Nossos desejos e nossa antiga coragem,
Todos os caminhos se revelam incestos, úmidos,
Expostos ao relento, jogados ao lamento.
A mente espedaçada...
Vira um quebra cabeças de mil peças interligadas por laços efêmeros,
As visões se conturbam, o novo está mais próximo do que um velho desejo,
As sementes de força são plantadas pelas trilhas;
-de nós mesmos.
Talvez não tenha sobrado muitas peças de meu quebra cabeças...
Meus caminhos andam mais efêmeros que minha fome,
Pelas coisas terrenas.
Há alguém lá adiante,
E é exatamente isso que ainda me faz prosseguir.
Engoliram minha alegria,
E fumaram minhas expressões faciais...
Deixei surgir o constrangimento,
Não por mim
Mas por essa insignificância toda
Esses atos repugnantes e consistentes...
Por todas as manhãs.
Mas mesmo assim é preciso fugir,
Amparar o desconhecido, e torná-lo conhecido como um vizinho
Que grita na noite pedindo socorro por estar vivo,
Os elos nunca vão se juntar, as peças quebradas não se moldam mais...
Agora só um novo e paralisante nectar...
que nos deixam estonteantes e ainda com vida ....



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