domingo, 19 de agosto de 2012

Hoje até minha sombra já pedi para andar longe de mim


Que triste sina, a vida me ensina.
Colher sem escolher.
Deu errado de novo, vou correr do povo,
volta à revolta, sabor de rancor.
A face flagelada, coração na gelada.
Pobre alma amargurada, espedaçada, triturada.

Hoje até minha sombra já pedi para andar longe de mim.
Enfim, nem sei se tenho um fim.
Ave de mau agouro que arranca meu couro,
a sorte pediu dispensa, a mente já não pensa.
Fui colocado na prensa.
A obra é o que a vida cobra, hoje a angustia tá de sobra.

Quero andar sozinho sem saber de nenhum caminho,
nem sei se quero chegar a algum lugar, cansei de esperar.
Respirar ta me dando aflição, escuto a lição.
Seria uma maldição?

Nem sei o que fazer para tentar de novo me querer.
A mania de ser, que me deixa sem saber.

......Romir Fontoura......


terça-feira, 31 de julho de 2012

O sintoma do perigo é estar vivo




O sintoma do perigo é estar vivo, dividir o existente com o exigente.
Sucumbir o medo e adorar gente,
sofrer de asma, ver fantasma,
Ajoelhar perante a imagem, depois da sacanagem.
Subir a rua com a pele nua, dividir o pão com o ladrão,
comer o enlatado até ficar entalado.
Trocar o luar pelo celular, bater e apanhar,
Chorar com o nó na garganta, depois acreditar em esperança.
Lutar pela fome e cuspi no prato que come,
a grana que vem da bola, tomar coca cola.
As trancas na janela, no escuro sem a vela,
beber água suja na gamela, puxar o vento com manivela.
Levantar e rezar e as contas não pagar,
furar a fila com pressa, preparar a compressa.
Beber ate cair e depois dirigir.
Fugir pela tangente no meio de muita gente,
a mão calejada, vista cansada, pele suada, trabalhar e não fazer nada.
Dependência de empregado, o ser discriminado, a porta e o cadeado.
Vou vivendo enquanto sirvo, o sintoma do perigo é estar vivo.



Romir Fontoura

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Vi meu rosto olhando para mim






Vi meu rosto olhando para mim,
sofrendo sem saber o que querer,
talvez quisesse me dizer o que fazer,
naquele momento eu não pude responder,
por que não sabia o que dizer,
nem pude me esconder.

O que eu tinha para falar para mim,
Se soubesse esconderia nem me encarando diria,
Sei lá se ele me pedia ou se me daria,
Nem eu sabia.



&&&Romir Fontoura&&&

O Bafo do novo mundo







O dente da imposição foi extraído,
lá no fundo a cárie da existência.
Nem dor sentiu a contradição, tava distraído,
agora a realidade mastiga vazia sua essência.

Cospe sangue para aliviar a alma,
a saliva que era salubre já cheira a salitre.
A boca desdentada grita chamando a informação,
a noticia que chega pede calma.

O bafo do novo mundo, do céu ao fundo,
a calamidade o podre profundo.
O flúor do tempo exala suor,
a raiz que cresce é a menor.

Mau halito em criar hábito,
gargarejando o tempo como passatempo.
Surge um implante no pensamento,
o ato de sorrir virou incremento. 


                                  


 """""As raízes profundas da existência"""""



///Romir fontoura///


A verdadeira van filosofia de buteco

Ventríloco loco





Entre o ventre,
a cria ria.
Espera a véspera.
 

Nasceu, eu
causo, aplauso
ventriloco, loco



_.-Romir Fontoura_-