quarta-feira, 31 de outubro de 2007

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FORMIGAS



Subi pela dimensão para avistar o que a vista não alcança daqui na imensidão,
onde as formigas trançam de um lado a outro,
mas do alto, pude perceber que não passamos de formigas também.
Pela amplitude deste universo,
somos imensos quando tratamos com as formigas,
mas quando nos vemos de longe, pela amplitude
nós que somos as formigas.

~{{Romir Fontoura}}~

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

TODOS JUNTOS (Doses de essência)





A distribuição de doses
Como se fossem doses de vida,
Doses de alegria, os rostos com as bocas escancaradas.
Soltando sorrisos, gritos, apelos, confissões.

Todos juntos num palco sem tapetes ornamentais,
Nessa hora até as sombras compartilham seu espaço
Minha sombra, a sombra deles também faz parte do “todos juntos”.

Os andrés, os Thiagos, os Hugos, As Silvianas, As Vivianes, As Danieles,
Os Paulos, Os Romirs, Os Milens, Os Wagners, Os Silvérios, As Kenias,
As Rayanis, As Jackies, Os Nivaldos, Os Edsons, As Naras, As Vivians, Os Robertos,
Todos Juntos!!!

Sem querer por ordem nas desordens
Mas pondo fim à tristeza,
Bebendo a vida e cuspindo as desavenças.

Nessa hora não há descrença
Nem tampouco incoerências
Há diversão, fruto da típica ação.
Dos velhos, novos encontros.
Da essência purificada
No cálice sagrado dos todos juntos.

A mistura das vozes, o tom de deboche.
As conversas mentalizadas com neologismo
A captação de mais pessoas jogando a ancora da simplicidade.
Os acordes do violão, a escolha da canção.
Todos juntos, unidos assim não mais vencidos.
Como uma família de sobrenome diferente.
Mas de anseios semelhantes.


Todos juntos !!!!

Romir Fontoura







quarta-feira, 24 de outubro de 2007

A FERIDA DA TERRA



"A FÉ REMOVE MONTANHAS, MAS AS MINERADORAS PREFEREM DINAMITES"



DENTRO DO FORMIGUEIRO


Uma pá de escritos na cova dos desvanecimentos
Como um bloco de cimento que serve de alicerce.
Um retrocesso do acesso ao limite do acaso.

Mas devagar a formiga carrega seu fardo
Andam em fileiras, sinaleiras do destino.

Uma a uma, como as letras que se dissiparam.
Um resgate da volatilização demorada.
O peso da incúria estampado nas veias abertas
Como calhas que escorrem as águas de chuva.

Um trecho que me sinto ausente.
Com as mãos algemadas,
Preso aos supérfluos contingentes multicelulares
Ouvidos aos celulares.

E o resto sempre é a sobra
Sobra o que falta no resto dos rostos desguarnecidos.

Palavras que formam o temor da fala.
A fala que teima, ameaça os acordes dos ouvidos.
Donde “repousa” a angustia em seu sepulcro sem flores.

Dentro do formigueiro há despensas?
Como os dicionários que organizam palavras
Nas estantes das letras.

Um trecho que me sinto presente.
Com as mãos libertas,
Distante dos supérfluos contingentes multicelulares
Visões aos luares.

Dentro do formigueiro há fome?
Oposto aos verdugos comedores de letras.
Defecam palavras sorteadas.

E a sobra sempre é o resto
Resto do que ainda resta nos semblantes enternecidos.

Dentro do formigueiro há escritos?
Que ostenta um homem de pé, mesmo com o fardo nas costas.
Assim como as minúsculas formigas.
Romir Fontoura

SINTAXE A VONTADE


(Fernando Anitelli) O Teatro Mágico

"Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
Bem vindo ao teatro mágico!
sintaxe a vontade..."

Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto ou indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
e estar entre vírgulas é aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua prece
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
é muitas vezes, encontrar-se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro
até porque...

tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta
tudo numa coisa só?



O Teatro Mágico; diversão, cultura, atitude, poesia, música, arte e teatro

O IMPÉRIO INCA



O império incluía regiões desde o extremo norte como o Equador e o sul da Colômbia, todo o Peru e a Bolívia, até o noroeste da Argentina e o norte do Chile. A capital do império era a atual cidade de Cuzco (em quíchua, "Umbigo do Mundo"). O império abrangia diversas nações e mais de 700 idiomas diferentes, sendo o mais falado o quíchua.



LUGARES SAGRADOS


A religião era dualista, constituída de forças do bem e do mal. O bem era representado por tudo aquilo que era importante para o homem como a chuva e a luz do Sol, e o mal, por forças negativas, como a seca e a guerra.
Os huacas, ou lugares sagrados, estavam espalhados pelo território inca. Huacas eram entidades divinas que viviam em objetos naturais como montanhas, rochas e riachos. Líderes espirituais de uma comunidade usavam rezas e oferendas para se comunicar com um huaca para pedir conselho ou ajuda.


terça-feira, 23 de outubro de 2007

QUANDO AS PORTAS SE ABREM AS PESSOAS SE FECHAM ( A triste sina das ruas )


Pela rua sem fim,
Não encontro a morada
Que na verdade nunca tive,
Meus pés no chão sentem
Minha vida passar,
Talvez até por mim mesmo.

Sem nada, vivo solto
Tão solto que esqueço que sou livre
Livre para falar de mim mesmo
Livre para compartilhar o que nunca tive.

Quando falo com um alguém se quer
Me sinto vivo de novo,
Me sinto humano.
Cria de um tal destino.

Exposto ao relento
Nem se quer um acalento
A vida vazia
Enche-se de desenganos.

Quando as portas se abrem
As pessoas se fecham
Dentro de seu casulo
Não compartilham a sina.

Andando sem Del
A vida amarga como o fel
Destino que se passa entre os dedos
Das mãos fechadas em segredos.

Nada tem,
Tem nada a perder
Perde-se nada
Quando nada se tem.

Perde-se o sorriso
Perde-se o entusiasmo
Perde-se o desejo
Perde-se a mente
Perde-se a vida.

Que nunca teve.

#+# Romir Fontoura#+#

Se continuar assim...

Reunião para diminuição de CO2... depois não diz que não avisamos...

"VENDO" O MUNDO LÁ FORA ( O hipnotizador de cães )


Visões fazem parte de mim,
Olhos vidrados nas vidraças
“Vendo” o mundo lá fora.

O singular modismo da imperfeição
Vem da forma angular do arco da janela
E descansando meus cotovelos.

desejo e inspiro
E quando aspiro
Respiro.

Vejo que tenho vida
Para continuar
A labutar, perambular
levitar.

A força perene
Emberne minha forma
Solene.

E o cálido principio
É o autentico sumiço
da loucura sem hospício.

Como um
hipnotizador de cães
Que conduz o animal de estimação
Com uma estima ação
Puxando uma coleira fictícia.

*** Romir Fontoura***




IMANTADOS COMO UM SÓ CORPO


Os dias são brandos quando exalam a paz
Mas somos todos soldados de um certo destino.

Às vezes o desatino exibe sua bandeira
E os dias se diferenciam.

Os heróis sucumbem a dor
Prostradas pelos caminhos sórdidos.

Um a um todos se vão
Pela repressão dos dias.

Homens e seus desejos
Máquinas e suas peças.
Imantados como um só corpo.

Os elos se rompem
Desfaz-se a corrente
Os ideais se separam.

Um a um todos se vão
E talvez nunca mais se encontrem.

Homens e suas peças
Máquinas sem desejos
Imantados como um só corpo.

*** Romir Fontoura ***






Um furo no solo um rombo na cabeça, um fogo na mata um cérebro esturricado, uma arvore caída, um caixão de madeira nobre, um rio imundo uma mente poluída, um animal irracional extinto e outro racional sem instinto, emissão de gases poluentes a dança da chuva dos índios emergentes, enquanto o globo se aquece as crianças passam frio, em pauta a temática transgênica em voga a fome ecumênica.


A consciência é a fibra da raiz da existência, e a sobrevivência vem da atitude de cada essência.


Fazer parte é fazer sua parte.


+++ Romir Fontoura +++

FAÇA A ESCOLHA DA LIVRE ESCOLHA


Riscos e rabiscos adentram a madrugada
Palavras novas e usadas sobre a folha sem linhas
Rasgue o verbo e reparta pra quem tem fome de frases,
Alimente cada um com seu cada qual.
E cada qual alimente cada um.

Afazeres e deveres adentram o dia,
Palavras velhas e desbotadas sobre a rua alinhada
Rasgue o bucho e escolha um ventre com suíte.
Alimente os porcos com as sobras humanas
E que as sobras humanas alimentem-se dos porcos.

Respirar e pirar adentra meu corpo,
Palavras insanas e soletradas sobre a garganta alienada
Rasgue as cordas vocais e cole dentro dos peitos dos emudecidos
Alimente as lembranças com as atitudes
E que as atitudes nunca se alimentem de lembranças.

Faça a escolha da livre escolha,
Desprenda-se das algemas, libere seus pulsos para pulsar.
E seu corpo para incorporar você mesmo nesse teatro imposto.
E que os gritos cheguem até o interior do seu interior.

Mover e remover adentra minha cabeça,
Palavras furiosas e singelas sobre a mente aliada
Rasgue os neurônios e cole na parede do inconsciente
Alimente os pensamentos com ações
E que as ações degustem pensamentos.

Faça a escolha da livre escolha,
Risque e rabisque
Respire e pire
Mova e remova.

Desprenda-se das algemas. Libere seus pulsos para pulsar.


Romir Fontoura
:::::::::::::::::::::::






DESVARIO


Às vezes penso que todos fugiram
Mas na verdade nunca chegaram,
Tento conversar com a cadeira mais próxima
Pelos menos pés ela tem, e já podemos caminhar juntos.

Penso em partir depois de todo Mundo
Mas sou o último, depois do último que não veio,
Desenho nas paredes do inconsciente o que nunca vi consciente.

Vozes passam pela janela
Sombras entram pelas frestas da porta
Executamos um brinde ao acaso,
Já não estou mais sozinho.

Mando um beijo para o espelho sem face,
E um abraço nos mutilados
Mas na boca da noite ainda existem sorrisos,
Vazios ou não, mandam o dia embora.

Ainda escuto com meus ouvidos entupidos de gritos,
O sonoro apelo dos senhores insanos
Criaturas que ninguém atura.

Mesmo tendo seu báculo brilhante
e podendo ser confundido com um Soberano
os desvairados são duas pessoas.
Frente a frente na mesma face.

“ Aos desvairados que conversam consigo mesmo, não deixam de serem artistas, fazem a primeira e a Segunda voz, com uma só voz e nunca se desentendem, pois eu nunca vi um desvairado brigando consigo mesmo.”
\0/ Romir Fontoura \0/


"Faça como os sábios indigenas, liberte quem quer voar"

OS EFEITOS DA GUERRA


Os efeitos da guerra, na carne humana.
Criação profana.
Arames farpados
Soldados fardados
Morre por honra da ordem insana.

A voz possante do vento retumba
Cruzes e catacumba,
Fardas camufladas
Horas adiadas,
Lagrimas solta escorrem pelas faces.
A batalha com suas fases.

Sangue escorrendo,
E a carta do filho nascendo.

Bandeiras cravadas em territórios
Trilhas abertas no ventre da terra,
Homens sem oratórios,
A mesma terra onde pisa te enterra.

Órfão da vida
Refém das boas ações
Pagão da mesma sina.

Rifles, granadas e sinalizadores.
Braços, pernas mutilados.
Mente e sentidos alterados,
Sinaliza dores.

Cadeiras de rodas ou carros importados
Uma bala no peito ou uma dose de whisky na cabeça.
Adormeça mas não esqueça
E quando acorda junte os corpos e seus achados.

E no dia de partir
Vou lembrar daquela criança
Que carregava um livro de capa dourada,
Que em certa madrugada, não dormia e o olho arregalava,
E com a voz rouca recitava versos de esperança,
e quando lia chorava, e do pai lembrava e gritava;
“Devolva meu pai que nos deixou sem me ver pelo menos sorrir”

Os afetos da discórdia, os fetos das escorias.
Os efeitos da guerra
Começo ou fim de uma nova era ?
::: Romir Fontoura:::

SENHOR CORAÇÃO ( Comandante supremo )

Às vezes a solidão nos faz perceber,
Que mesmo só, estamos acompanhados.

A concepção do sentimento,
Impulsiona-nos pra dentro de qualquer coração.

Pelas palavras, pelos atos, pelos carismas.
Ou pelas simples expectativas de vida.

Distante, porém perto da vontade que conduz,
Tão perto que posso vivenciar,
Uma face que consagra um sorriso,
Palavras que se transformam em versos.

E em certas horas a imaginação se transforma
Em escape do sentido, e esse tal “TEMPO”.
Senhor supremo que dita suas ordens nos faz esperar.

Que pena que nossa aparição singular, não pode.
Estar em todas as partes, mas onde estiver que;
Saiba ensinar, saiba aprender, saiba entender,
Saiba moldar o destino com mãos calejadas de tanto tentar,
Saiba montar um elo entre pessoas, saiba viver pelo menos,
Pelos muitos, pela coragem de mais dias pela frente.

E assim te dou duas chaves; uma para que.
Abra a porta da mansão do senhor “MEDO”
E deixe sair,
Certos sonhos, certos dons,
Certos sentimentos,
Certas vontades,
Certas atitudes,
Certos desejos.,
e a outra para que abra a humilde casa do Senhor “CORAÇÃO”
lá a casa é pequena mas cabe todos.
=*= Romir Fontoura=*=

PALCO EXTENSO ( O ato da vida )



A chuva lá fora no telhado de zinco
Confunde-se com palmas dentro do salão.

O choro da criança na esquina
Não se confunde com nada.

O festejo da criação exibe suas palmas
O desatino da cria sem ação exibe suas lagrimas.

Mil faces que sorriem
Uma face que não ri.

Lá dentro as vestes elegantes cobrem os bustos das madames
Lá fora as vestes molhadas escorrem os sofrimentos.

A peça da vida no palco extenso,
Extenso pesadelo,
Corpo de modelo.

a moda de sofrer
Esta na moda
Nas esquinas.

As palmas que movimentam as mãos no ato do aplauso,
As mãos que movimentam as palmas no ato da morte.

Lá dentro as cortinas de cetim reverenciam novos atos,
Lá fora os corpos cobertos de jornal reverenciam antigos fatos.

A peça da morte no palco extenso,
Extensa realidade
Corpo de papel,
Que se desfaz na chuva.

O choro da criança na esquina
Não se confunde com nada,
Quando ninguém escuta.

,.,Romir Fontoura,.,




PARTIDAS E RECONSTRUÇÕES


Romir Fontoura (Azul) e Luciana Castro (Vermelho)

Na hora da partida as mãos se estendem como lonas de um circo,
o coração se acelera na velocidade da luz,
os pulsos vibram que faz balançar os braços
Como árvores ao vento,
mas pra que ficar, se posso estar distante daqui,
se todas as formas se distanciam da minha,
como almas entrelaçadas ...
A partida é um jogo duro,
hora descanso, hora fingimento...
Partidas são assim, lágrimas expostas como fontes,
cabelos emaranhados ao vento.
Todos os casos, todos alentos...
Se encontram as maiores dores
Nessa hora em que as noções são consumidas
Por uma dose de conhaque
E um suspiro onde engole-se o choro,
Oculta os soluços,
E sorri,- sem achar graça alguma...
São as mesmas indiferenças,
Quase que esmagando almas,
E comendo o que sobra de nós...
Mas o que sobra nunca esta tão perto como nossas sombras,
Nossos desejos e nossa antiga coragem,
Todos os caminhos se revelam incestos, úmidos,
Expostos ao relento, jogados ao lamento.
A mente espedaçada...
Vira um quebra cabeças de mil peças interligadas por laços efêmeros,
As visões se conturbam, o novo está mais próximo do que um velho desejo,
As sementes de força são plantadas pelas trilhas;
-de nós mesmos.
Talvez não tenha sobrado muitas peças de meu quebra cabeças...
Meus caminhos andam mais efêmeros que minha fome,
Pelas coisas terrenas.
Há alguém lá adiante,
E é exatamente isso que ainda me faz prosseguir.
Engoliram minha alegria,
E fumaram minhas expressões faciais...
Deixei surgir o constrangimento,
Não por mim
Mas por essa insignificância toda
Esses atos repugnantes e consistentes...
Por todas as manhãs.
Mas mesmo assim é preciso fugir,
Amparar o desconhecido, e torná-lo conhecido como um vizinho
Que grita na noite pedindo socorro por estar vivo,
Os elos nunca vão se juntar, as peças quebradas não se moldam mais...
Agora só um novo e paralisante nectar...
que nos deixam estonteantes e ainda com vida ....



ANTIGO HOMEM


As goteiras matam a sede da terra
O velho descalço com sede, sobre a terra.
Semblante sem sorrisos,
Caminha pela terra molhada.

Os passos desvendando caminhos
Vendando os olhos dos anos,
Criatura que ninguém atura
Mas que dura como uma armadura.

Antigo homem de espírito novo
Rituais para os dias atuais,
Pés noduosos pelo ofício dos passos.

Rasgando o ventre da terra,
Com suas unhas encravadas,
Esmagando as formigas com seus pés
Noduosos.

Tortuosos atos dos desconhecidos
Que só conhece o presente.
Presente nos dias, a milhas dos tempos.

Criatura que se move e remove os sentidos
De si mesmo.
Antigo homem seu coração bate nas pernas.
Seu fôlego é um apelo que te faz inquieto
Atitude moldada pelo destino.

Sua força te conduz pelas trilhas.
Anos rasgando o ventre da terra,
Anos margeando anos de vida
Pelo passo maior, pela força maior.

Antigo homem seus olhos são Bússolas
Que te conduzem aos seus lugares.

Sua hora é um passatempo
Passe o tempo,
Tempo que passa.

No ilustre caminho
Segue sozinho.

O maior destino
É estar seguindo,
Rumo ao sol
Rumo a luz
Rumo sem rumo.

Contornando o vento,
Seguindo as estrelas.

Antiga terra
Antigo passo,
Antigo desejo,
Antigo destino,
Antigo semblante
Antigo Homem.

((Romir Fontoura))






CRIATURAS ACESAS


Quando eu vi a incidência da luz entre os dedos,
Percebi que estava em consternação, uma agonia constante.
De um desejo intermitente.

Fáceis acessos a caminhos inalterados,
Nessas horas, todos te seguem.
Num pranto, ainda planto a semente do oportuno,
Na relva da manhã que emana a terra inusitada.

As covas rasas, pedaços de ossos incólumes.
E a luz entre os dedos vem dos focos dos vaga-lumes.

Criaturas acesas, ligadas, envoltas.
Vôos em viravoltas, a cada brilho.
Sigo outra luz, outro paradeiro.

As velas acesas a um palmo do chão,
Escorrem suas parafinas lustrando.
A morada de pedra, ornamentada de flores já sem perfumes.

O corpo desfragmentando dentro da casa de pedra,
A terra infértil de adubo humano.

Cruz cravada na sentinela
Alma que vaga da espinhela.

Diga adeus às coisas.
Desprenda-se do que te prende.

E quando na escuridão.
A luz incidir entre os dedos.
Lembre-se dos vaga-lumes,
Emanando suas luzes.
>>>Romir Fontoura<<<

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

ROTAS PARA AS PORTAS


Rotas
para as portas
Fechadas e blindadas,
Onde a chave de cobre
Roda,
roda e não descobre.

Versos adversos vêem e vão
Como um
bumerangue
cor de sangue,
Passam pela ruptura da fechadura,

Senhas em resenhas
Indecifráveis.

E do outro lado;
Faces
irresolutas
Porém
amáveis.

Calas e falas
Escondes e
respondes.
Os puros em apuros
Odores e sabores
Do medo sem
formas.
((Romir Fontoura))

UM DIA APRISIONO O TEMPO


O tempo passa, mas se refaz
Fazendo de cada um, um espelho
Sem reflexo, um corpo sem sombra.

Tanto tempo, bons tempos
Tempos que não voltam mais.

Um dia estive aqui
No outro estava ausente.
Esperei para nascer
E vivo esperando.

Sou cria da espera
Enfrentando a fila
que não anda.

O tempo passa, mas se desfaz
Em palavras, em gestos, em formas.

Sou cria da espera
Enfrentando a fila
que desanda

Um dia passei Por aqui
No outro estava distante
Esperei pra saber
E vivo esperando.

O tempo passa, mas se faz;
Mistério, infinito, imenso.

Sou cria da espera
Enfrentando a fila
Que desfila.

Um dia aprisiono o tempo
Dentro de um vidro sem tampa
E quando passar o tempo
Vou saber se o tempo fugiu.

**Romir Fontoura**


ROCKVILLE LA FONTOURA - Apenas um espaço

Um tempo para passatempo
Um toque pra retoques
Apenas um encontro.

Os dizeres se encontram
Os zelos e os apelos
Os frutos da essência.

Os nobres de vestes desbotadas
As moças dos moços
Os moços das moças
Os solitários lendários.
Os simples, os lógicos, os eficazes.
Todos nós, todos juntos.
Apenas um encontro.

A voz que chega, chega para todos.
A resposta vira uma nova pergunta
E desvendar fica para o outro dia
Na oportunidade de um novo encontro.

Um tempo para passatempo
Para não dizer que não disse
Grave, faça repetir, desloque minha voz.
Faça chegar de novo até todos
Eu sei que estarão novamente juntos.
E se não estiver que se juntem
Como o café com leite de todo dia.

A voz que chega, retumba os ouvidos de todos.
Declame seu verso para si mesmo
E compartilhe do mesmo copo, onde bebe um.
Mais de um ficam tontos, zuados, de bem.
Sirva-se a vontade com a sua vontade.
Faça o que der vontade, à vontade.

a vila, a casa, o quarto, o quintal
apenas um encontro em:
ROCKVILLE LA FONTOURA

^~Romir fontoura~^






Essa foto é foda !!!


H omo sapiens
U nico exemplar da espécie
G rande criatura
A mamentado com run
L itros e mais litros
C oncebido numa moita de cana de açúcar
O rganismo total flex
O relhas que funcionam como funil
L evando o néctar para o cérebro


AS PEGADAS ATÉ ONDE MAIS PODEM LEVAR?


A passividade da ativa idade
Sem atividade.
Lembranças do passado remoto.

De braços abertos,
Como se fosse um espantalho que guarda a plantação
Ou uma cruz cravada na sepultura.

O intento da luta, fora da disputa.
Pela batida do coração.

Nos olhos, o abrigo da lembrança.
Sustenta-se no cajado e equilibra-se
O corpo velho e cansado.

Abriga a dor dentro do peito,
Incrementa o lamento com a voz que
Sai vagarosamente pela garganta carcomida.

E a sina ensina
Que quando há um desencanto,
os cantos são os mesmos.
E o fim vem pela mesma estrada do começo.

E o mapa das mãos, são as marcas deixadas.
Pelo senhor tempo, líder absoluto.
Comandante supremo que dita as regras.

As pegadas até onde mais podem levar?

{{{{{Romir Fontoura}}}}}



O RIPADOR (Arvore de folhas debulhadas)


Pelas trilhas das pedras,
Distante dos olhares humanos
Mas perto do mirante do sol.

Sombras do abismo
Onde alastram tufos de vozes,
E sob meus pés, linhas durmentes
Que já passaram locomotivas Velozes.

E crescido sob resquícios de rochas,
Um ripador, de folhas debulhadas
Onde descansam os enigmáticos de capuzes.

Solista, porém amigo do vento
Que o faz balançar
Marcando o chão de folhas debulhadas

Sua sombra, me faz sombra
Um descanso sem razão
Aliviando o debuxo do cansaço.

Nas andanças, mudanças
Ir e voltar
Querendo te achar
Naquele mesmo lugar.

Aquele lugar sempre existiu e sempre existirá, porque dentro de nossa memória os passos sempre insistem em voltar...

Romir Fontoura


respiraDOR


Não saia lá fora sem sua mascara,
O ar do desar enche seu peito.
Cheira poeira, aspira ira.

Poluição, da ação voraz.
Jogo sem AZ,
Pele escamada mente aspirada.
Garganta sem saliva,
Ganância sempre ativa. .

Olhos profundos como os abismos mais fundos,
Carapaças multicoloridas, mas sem vidas.
Chaminés cuspindo fumaça,
Construções em massa.

Dê-me minha “porção” de respiração,
Ainda tenho que existir
Sou um
respiraDOR.

Terra desmatada, como uma boca desdentada,
Arvores cortadas, corações cravados com laminas afiadas.
Rio sem água, corpo sem sangue.

a raça em extinção ato da “extinta” ação,
a mata queimada
respira dor.
E eu
respiraDOR.

O céu nebuloso cérebro ocioso
Efeito estufa, crias respiram dentro da estufa.
Respiram a dor.
E eu
respiraDOR.

A terra é um grande aspiraDOR
E eu
respiraDOR.

Atenciosamente de um respiraDOR


«»*«» Romir Fontoura «»*«»







PORTÃO DO DELÍRIO


As diferentes formas tomam formas em diáfanos,
Um segmento em ordem contingente esperam para expirar-se.
Um deposito criacional de gás metano (CH4).

Uma síntese sinestésica moldam os gestos,
Os apelos se separam dos desejos,
E os gritos que se expandem tornam-se irrelevantes.

Só por mais alguns instantes, a maquiavélica distinção.
Fuga voraz de um atino, agora em desatino.
Talvez não, mas ainda não se sabe nunca se sabe.

E quando as sentinelas, com seus trajes chamejantes.
Cunham-se o portão suntuoso e extenso.
As vozes disseminam-se em timbres de temor.
O alvoroço intermitente cria dentro de cada um dos agregados
Uma alusão enigmática.

E os seres, todos absortos e irreversíveis.
Seguem o rastro do mentor, um fidedigno gesticulador.
a terra mística ativa-se na visão dos agora, inalterados.

Risos e delírios
Risos exultantes e delírios perenes.

E sob o palco estilizado, a voz acentuada do mentor.
Persistentes gestos, atinados versos.

E todos em delírios múltiplos
As faces eufóricas, as visões ornamentadas.
E os corpos em constantes movimentos.

E naquele momento insano
As feridas cicatrizam-se, os seres se abraçam
Agora, unidos e revestidos contra todo o mal.

E no semblante de cada um, novos desejos tomam formas.
Virtuosas.

O ser inalterado, agora sabe sorrir para todos.
Sabe dividir o que ainda não recebeu,
Sabe amar pelo avesso, sabe criar uma nova afecção.
Sabe sem saber, que sabe...

Ama sem saber, que ama
cria sem saber, que cria
evolui sem saber, que evolui....

e quando pensa, pensa em todos.

A terra dos insanos evolutivos
Fica do lado antagônico desses meros humanos
Após o
“PORTÃO DO DELÍRIO”.


»»»»»»»»»» Romir Fontoura

A MORTE SUGA AS FORMAS DO SER


Os olhos esbugalhados revelam
Um incesto temor.
absorveram as visões daqueles
dizeres que diziam; “a morte suga
as formas do ser”.
Palavras escritas em letras suscitas
Que ressuscita o sentido do viver.

~*~Romir Fontoura~*~

A LEI DA FALA É FALAR (Sentir a força sem medir forças)


As memórias póstumas da veleidade,
Como um ser que sai do seu leito
E perambula pela madrugada metódica,

As criaturas se transcendem com seus criadores,
Vozes veladas dos inocentes, que saem dos escombros.
Percorrendo as frinchas dos assoalhos
Onde pisam os metódicos com seus sapatos pontiagudos.

A lei da fala é falar.
Fazer chegar aos ouvidos
Um amontoado de letras unidas.

E quando as criaturas que se locomovem
Resolvem se comunicar,
A um encontro sem hora marcada entre;
A criatura noturna e a criatura dos escombros.
Ambos inocentes e convalescentes.

Percorrem a distinção sem direção, com a meia luz.
Incidindo, horas em suas cabeças,
Vezes nos seus olhos.

Sentem a força sem medir forças,
Percorrem os espaços, com mais passos.
Acendem uma só lanterna, para iluminar.
A extensão do mesmo caminho.

A lei da fala é falar.
Fazer chegar aos ouvidos
Um amontoado de letras unidas
Compartilhou a amizade.

Da criatura noturna com a criatura dos escombros.
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A perfeita combinação ainda está oculta, em versos maiores, em pequenos trechos.. são relatos talvez do desconhecido ou de um ser desconhecido para nós mesmos, não para eles...os outros.
~#~Romir Fontoura ~#~