terça-feira, 23 de outubro de 2007

ANTIGO HOMEM


As goteiras matam a sede da terra
O velho descalço com sede, sobre a terra.
Semblante sem sorrisos,
Caminha pela terra molhada.

Os passos desvendando caminhos
Vendando os olhos dos anos,
Criatura que ninguém atura
Mas que dura como uma armadura.

Antigo homem de espírito novo
Rituais para os dias atuais,
Pés noduosos pelo ofício dos passos.

Rasgando o ventre da terra,
Com suas unhas encravadas,
Esmagando as formigas com seus pés
Noduosos.

Tortuosos atos dos desconhecidos
Que só conhece o presente.
Presente nos dias, a milhas dos tempos.

Criatura que se move e remove os sentidos
De si mesmo.
Antigo homem seu coração bate nas pernas.
Seu fôlego é um apelo que te faz inquieto
Atitude moldada pelo destino.

Sua força te conduz pelas trilhas.
Anos rasgando o ventre da terra,
Anos margeando anos de vida
Pelo passo maior, pela força maior.

Antigo homem seus olhos são Bússolas
Que te conduzem aos seus lugares.

Sua hora é um passatempo
Passe o tempo,
Tempo que passa.

No ilustre caminho
Segue sozinho.

O maior destino
É estar seguindo,
Rumo ao sol
Rumo a luz
Rumo sem rumo.

Contornando o vento,
Seguindo as estrelas.

Antiga terra
Antigo passo,
Antigo desejo,
Antigo destino,
Antigo semblante
Antigo Homem.

((Romir Fontoura))






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