terça-feira, 23 de outubro de 2007

PALCO EXTENSO ( O ato da vida )



A chuva lá fora no telhado de zinco
Confunde-se com palmas dentro do salão.

O choro da criança na esquina
Não se confunde com nada.

O festejo da criação exibe suas palmas
O desatino da cria sem ação exibe suas lagrimas.

Mil faces que sorriem
Uma face que não ri.

Lá dentro as vestes elegantes cobrem os bustos das madames
Lá fora as vestes molhadas escorrem os sofrimentos.

A peça da vida no palco extenso,
Extenso pesadelo,
Corpo de modelo.

a moda de sofrer
Esta na moda
Nas esquinas.

As palmas que movimentam as mãos no ato do aplauso,
As mãos que movimentam as palmas no ato da morte.

Lá dentro as cortinas de cetim reverenciam novos atos,
Lá fora os corpos cobertos de jornal reverenciam antigos fatos.

A peça da morte no palco extenso,
Extensa realidade
Corpo de papel,
Que se desfaz na chuva.

O choro da criança na esquina
Não se confunde com nada,
Quando ninguém escuta.

,.,Romir Fontoura,.,




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