sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sucata


Tudo que sobrou ainda usaremos um dia;
moedas no bolso, migalhas pelo caminho,

a lágrima derramada,
o pranto sentido.

Os pés no chão saboreando a calçada,

o corpo confuso deitado num banco qualquer, ainda respira.

A vida em sucatas, separadas em peças,

validade vencida,
o que sobrou ainda tem validade,
completando uma nova peça do que antes era sobra.
O corpo, o carro, a bicicleta, o desejo, o apego, a casa, a raiva, o ouro, a carteira... No fim tudo vira sucata...




***Romir Fontoura***

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