sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Eu sinto como se seguisse minhas muletas por ai
















Devagar sem parar, sigo andando,

ando seguindo sem parar.
Abro a maleta e pego a muleta
devagar sem parar, sigo andando.

Pernas de madeira pra subir ladeira,
Pernas de pau pra subir degrau,
Ando seguindo sem parar,
a muleta esguia como estrela guia.

Devagar sem parar, sigo andando
Pisando no chão devagar como se fosse levitar
Não posso correr, mas não posso parar.

Eu sinto como se seguisse minhas muletas por ai
indo e vindo pelas linhas do chão, seguindo as trilhas do coração,
Ando seguindo sem parar,
não posso voar, mas não posso parar.

Devagar sem parar sigo andando,
Piso na calçada, na rua, na estrada, no chão de massa
faço da minha desgraça, uma graça.


Romir Fontoura