A lamina afiada da discórdia, reflete seu rosto cálido.
Erguem-se os pulsos
enquanto a mata ainda respira
o coração intacto como a madeira maciça
a madeira do caixão, que guarda seu corpo que já não mais respira
a madeira do seu guarda roupa que guarda seus pertences
sua blusa de lã de carneiro, seu sapato de couro de jacaré
suas camisas de fibras sintética.
O homem pensa que pensa
Fere a si mesmo a cada instante
Cava o abismo e se enterra dentro dele.
Mas dentro do abismo ainda existe;
Mac donalds e coca cola..
Sombra e água fresca.
O homem com seu machado marcha em direção ao achado
Devasta o caminho, mas nunca chega a “lugar nenhum”.
Correm contra o tempo em seus carros que cospem fumaças
Nas suas “espaçonaves” aerodinâmicas.
Na sua ânsia sistêmica.
Mas dentro do abismo ainda existe;
Preto-óleo, branco-neve.
Arco-íris; meio-ambiente. (só meio).
O homem pensa que pensa
Cospe a saliva da ganância em si mesmo.
E faz do abismo seu imperialismo.
Mas dentro do abismo ainda existe;
Cérebros enlatados, genes alterados;
Alimento transgênico e fome ecumênica.
O homem pensa que pensa
E corta um pedaço de si mesmo a cada instante
Com o machado que se sustenta do achado.
Romir Fontoura
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