domingo, 4 de novembro de 2007

DE CABEÇA PARA BAIXO


Vejo rodar em torno de mim
Meu corpo inquieto
A cabeça balançando em cima do pescoço.

A voz trêmula,
Os olhos em viravoltas.

O piso virou teto
O teto virou parede
E a parede virou piso.

Minha cama em cima da parede
Os quadros pendurados no teto
E as lâmpadas agora acendem no piso.

Estou de cabeça para baixo
Toda bebida vai direto para o cérebro
Sem conexão no organismo.

O lado esquerdo ficou direito
O lado direito ficou esquerdo.

Meu coração agora bate do outro lado,
Deixei de ser canhoto. Mas nunca me endireito.

Agora para chorar as lagrimas encharcam o cabelo,
Mas continuo vendo as pontas dos pés quando caminho.
Só quando grito minha voz sai ao avesso.


~Romir Fontoura~

Nenhum comentário: