sábado, 3 de novembro de 2007


"Ao invés de RIFLES, RIFES de guitarra"
(Acordes da terra)

Hoje em dia associo o rock and roll aos recursos naturais, ambos cada vez mais escassos; Assim como absorvemos a água para manutenção do nosso corpo e para matar nossa sede, captamos o rock and roll para estabilização mental e sintonias eletrizantes, um dueto de mente sã em corpo sã. Mas com as “ações de desmanche” proporcionadas pelo ser humano desmontando o grande palco onde se passa o show da vida, um palco que já foi dinâmico aos rifes essenciais da sobrevivência, o maior dos palcos que tinha capacidade para milhões de pessoas, onde ainda se ouvia acordes de harmonia e perfeição. A grande arena; TERRA, que dias após dias vem perdendo seu publico mais seleto, seu publico mais harmonioso, um publico que ao ouvir o som das cachoeiras transportava os acordes para as cordas da guitarra, fazendo um som natural e puro, limpo para os ouvidos mais apurados, publico que bebia água da fonte e se banhavam desnudos em ondas sonoras, mas hoje em dia as cordas das guitarras estão nos pescoços dos desalmados, que trocam rifes por rifles, notas sinfônicas por nota cifrônicas.
Daqui uns tempos vamos lembrar daquele copo de água que lubrificava as cordas vocais da garganta do vocalista ativista, como quem lembra de um mito cujo poster ornamenta seu quarto, pois quando ligo as “turbinas” do meu modesto som de 14 caixas acústicas me transporto por tempos áureos, e lá pertinho do meu palco hipotético, sinto o movimento da platéia em tons vibrantes, molho a garganta para gritar em voz possante, e meus olhos acompanham aquele mito do poster que surgia dedilhando sua maquina de guerra que atirava ritmos e acordes, sons que tiravam o sono. E ao inserir uma de suas canções que falava de uma tal metralhadora (Machine gun), levei a mão no peito e vi que fui atingido com balas sinfônicas, e quando olho para o poster sinto no peito a nostalgia da magia que os tempos remotos proporcionaram.
Humanidade toque um acorde que acorde que faça despertar do sono dos injustos, ainda bem que não tenho coração, tenho é uma guitarra vibrando dentro do peito.
Romir Fontoura
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