terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O TEMPO GRITA PARA MIM



O tempo grita para mim, com sua voz esguia,
És guia da imperfeição,
Mas minha feição é o oposto da perfeição,
E com afeição esbravejo
És brava vejo,
Como um leão que segura a caça pela boca,
Um pedaço da carne oca.
Repartido para as crias famélicas.

Tempo, tutor e retentor.
Abra os braços como um redentor
Faça a restauração dos dias incólumes
E recupere as lições e seus costumes.

A extinção da extinta ação,
Versos vagos, almas vagas que vagas.
Nunca um novo tempo sem imaginação
Uma auto destruição das parasitas e das pragas.

A mentira corroendo a corda da verdade
A mente coruscante dos renegados,
Vestígios ainda incrementam a realidade
Os corpos dos flagelados congelados.

O tempo ainda grita para mim, com sua voz intermitente.
Ritos e escritos, prescritos, mas nunca antes ditos.
Como uma estrovenga que chega de repente,
Mas aqui ainda se vive; os Benditos e os malditos.
Dentro deste mesmo espaço ainda existente,
Dentro deste tempo dos súbitos e os súditos





Romir Fontoura





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