A forma “camuflada” do ser,
Envolto em seu capuz,
distancia-se da luz.
Um passageiro que pega carona com seus ensejos,
e seu veiculo é mais possante que qualquer máquina
dos humanos e seus desejos.
Talvez seu coração pulse nas pernas
Profundo conhecedor do amanhecer sem dor
um provedor de caminhos abstrusos
sempre chega, mas nunca se rebela com os intrusos.
Um dia em terra, outro que enterra.
A forma camuflada envolta em seu capuz
Afasta-se, mas jamais se reduz.
Olha nas vidraças e ver os corpos cobertos
dorme com os olhos entre abertos.
Quando amanhece,
Senta-se na calçada, e olha para os pés descalços.
Abre na pagina, faz a leitura do autor que conhece.
Mesmo cansado, lembra do passado.
Num processo do retrocesso
nem pelo presente tem mais acesso.
Empunha seus pertences;
Uma bolsa surrada e um cantil
nunca mais viu a mãe gentil.
Embrenha-se no pó da estrada
Afasta-se, mais jamais se reduz.
num momento desaparece,
distanciando-se da luz.
Romir Fontoura
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