sábado, 12 de setembro de 2009

REINO DE PEDRAS




Podemos fechar as portas maciças do reino de pedras,
dormir ao efeito dos antigos feitiços,

acordar envolto no mesmo lençol que cobria os guerreiros

e cobrir o rosto com suas mascaras.


Gladiadores de todos os dias,

somo nós, no mesmo reino

um sorriso esfomeado,

uma espada para cortar o lamento.


Os bobos da corte manuseando a capa do rei

comandante supremo do mesmo mal.


Um caminho que leva a masmorra,

onde as sombras tem espíritos,

um choro de lágrimas pigmentadas

quando as cores se misturam

as mortes se igualam.


Primaz comandante impiedoso

os vassalos lambem o chão,

os cortes se aprofundam

e a mentes se definham.


Os cadeados trancam os portões,

as bocas se calam,

a voz que quer gritar, surra os timbres

as algemas marcam os pulsos.


O nobre de passos cadenciados,

o lugar ainda é o mesmo para todos,

o reino tem escadas,

mas os mendigos também tem pernas.


A torre é bem alta,

do alto, os urros viram sussurros

os chicotes labutam sobre a pele suada,

o sangue que corre, é o mesmo que escorre.


Um conflito que gera um grito,

um bando de aflitos, talvez filhos da mesma cria.


Fecham-se as portas do reino de pedras

impedindo que os esfomeados entrem e comam tudo,

os renegados já mastigam o ódio desde que nasceram,

a voz que quer gritar não tem força motriz para abrir o portão.


A torre do reino é bem alta,

mas o céu ainda está distante

do alto, não enxergamos as cores dos corpos

e nem a distinção entre eles.

,...,Romir Fontoura,...,

Nenhum comentário: